O ciclo do ódio

Publicado: 2 de abril de 2013 em Texto
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Imagem30 d.C.
Israel

Um homem, filho de uma respeitável senhora e de um digno carpinteiro começa
a percorrer as redondezas do mar da Galileia fazendo alguns milagres e chamando alguns
homens para ser seus discípulos. Começava aí uma nova doutrina que gerou um certo
desconforto à elite judaica na época.
Esse desconforto desencadeou uma série de eventos que acabaram por levar esse homem à
morte.
Mas o estrago já estava feito. Esse homem tinha pessoas que o seguiam e acreditavam
nele e, mesmo após sua morte e ressurreição(!) continuaram a pregar o que ele ensinou.
Esses homens, agora chamados ‘cristãos’ foram perseguidos e massacrados pela
classe dominante (judeus). Mas uma centelha permaneceu acesa, e os cristãos resistiram à
perseguição até que chegou um tempo em que os cristãos se tornaram politicamente mais
fortes que os judeus.

1889
Branau Am Inn, Áustria

O senhor Alois e sua esposa, Klara estão radiantes. Nasceu-lhes um menino. O
pequeno Adolf, o mais jovem membro da família Hitler.
Esse menino, depois de adulto e vivendo em Munique, tornou-se presidente
do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, também conhecido como
Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei, ou apenas NAZI.
Criado como cristão, Adolf nutria ódio contra os antes perseguidores de sua religião, os
judeus. O resultado não foi muito bom.
De perseguidores os judeus passaram a perseguidos. E não sofreram sozinhos, negros
e homossexuais padeceram juntos sob a mão impiedosa do pequeno Adolf.
Mas resistiram, e a classe dos negros e, principalmente dos homossexuais permaneceu
firme até que chegou o dia em que se tornaram politicamente mais fortes que os cristãos.

2013
Brasília, Brasil.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados
renuncia a seu cargo, deixando a vaga na mão do Partido Social Cristão.
O partido acha por bem eleger o deputado Marco Feliciano para a presidência da
comissão, e assim o faz.
É chegada, então, a hora de a classe que um dia foi dominada dominar e, de alguma
forma, se vingar dos crimes que outros cometeram muito antes de qualquer um de nós
existisse. Desde então, os grupos GLBTT vêm perseguindo o deputado pelo fato de ele ser
cristão. Não só isso. Pelo fato de ele ser pastor evangélico. Não só isso. Pelo fato de ele ser
declaradamente contrário às práticas homossexuais.
No fim, tudo se resume a um ciclo. Um ciclo no qual os oprimidos terão seu momento
de opressor.
Hoje, os ativistas gays lutam por alguns privilégios e, em nome disso, violam
direitos alheios, xingando, injuriando, desrespeitando e tudo isso sob os olhos passivos das
autoridades.

Acontece que a intolerância, principal motivo de toda a desavença ocorre de ambos
os lados, muito mais intensamente, aliás, por parte da parte que se diz oprimida e privada de
direitos.

Mas, assim como o mundo, a roda gigante do poder continuará girando, até o
momento em que alguém quebrar esse ciclo.

Talvez, se os judeus tivessem deixado aquele homem pregar em paz, o movimento
dele morresse de velhice junto com ele.

Talvez, se Hitler não tivesse tanto ódio pelos não-arianos, ele fosse lembrado como um
grande líder, não como um monstro.

Talvez, se os ativistas deixarem o Deputado Feliciano trabalhar, ele possa fazer muita
coisa pelo país.Imagem

Um dia desses eu estava vagando peal internet e vi um cara pedindo para entrar nesse site e assinar a fim de chegar a um número x de assinaturas para poder pedir o impeachment  é assim que se escreve? enfim, se lê Impítman do Renan Calheiros, que foi reeleito presidente do Senado.

Assinei, divulguei o link, achei correta a atitude de tentar resolver algo de forma racional, sem queimar pneu, essas coisas.

Houve grande comoção nas redes sociais quanto o caso de Calheiros, quanto ao aumento do preço dos combustíveis, essas coisas que saem no G1 mas há um ouro problema do qual pouca gente se dá conta.

Enquanto nós olhamos para longe, lá pra Brasília, os administradores dos municípios fazem barbaridades bem debaixo dos nossos narizes e nós nem ‘se ligamos’.

Por exemplo:

Fiquei sabendo que no meu município, 7 dos 13 secretários municipais são parentes do prefeito e o procurador do município teve que desistir de sua candidatura a vereador por conta de processos judiciais.

Fiquei sabendo também que o prefeito aprovou um aumento de 92% no salário desses secretários, que recebiam módicos R$ 4.950,00 e agora passam a receber R$ 9.500,00.

O legal é que esse dinheiro também é público, ou seja, também sai do nosso bolso.

Isso tudo enquanto a rua em frente ao lugar onde trabalho está assim

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Vamos ver se pelo menos o pai do prefeito secretário de obras municipal dá um jeito nisso, mas sei lá, tenho minhas dúvidas, afinal, ele é um senhor que já rompeu a linha dos 80 anos, não sei se ele vai ter pique pra inspecionar obras, fazer esses corres…

Gente, falando sério, é importante sim estarmos atentos a o que ocorre em Brasília, mas também é de suma importância que saibamos das coisas que ocorrem em nossas câmaras municipais, seja o município que for. Devemos tirar os binóculos e começar a olhar para o que está acontecendo por perto, afinal de contas o dinheiro público de lá é o mesmo dinheiro público de cá e enquanto nós nos preocupamos só com o que está em evidência, por baixo dos panos tem muito mais coisa rolando.

nepotismo

Quem concorda curte…

Publicado: 28 de janeiro de 2013 em Texto
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A que ponto chega a carência de atenção virtual das pessoas?

Sério. Eu fico me perguntando.

Será que vale tudo para ganhar um ‘curtir’ ou um ‘compartilhar’?

Tudo começou inocentemente, com um post ‘Quem tá online curte’, virou enquete ‘quem canta melhor, Luan Santana (curte) Gusttavo Lima (compartilha)’, virou palhaçada quando o primeiro ‘Se você ama sua mãe, compartilhe’ foi postado e ficou ridículo quando começaram as idiotices tipo ‘Duvido você curtir e compartilhar prendendo a respiração’, ‘Pra onde vc quer ir quando morrer? Céu (Curte e compartilha) Inferno (continue olhando e respirando)’.

Tudo vira pretexto pra alguém criar algo para pedir atenção na internet.

Aquelas correntes que nós já recebíamos em 1998 por e-mail, com uma imagem de uma criança doente e a Microsoft doaria 5 centavos de dólar por e-mail encaminhado continuam vivas, e o pior é que tem gente que enche nossa timeline de fotos de pessoas deformadas porque realmente acredita que o Facebook tem condições de ajudar a todos, mas só vai fazer isso se a foto ganhar 1 milhão de compartilhamentos.

“nossa, que menino sem coração!”

Sem coração é quem promove essa patifaria, de usar a imagem de uma criança deficiente para ganhar curtidas em sua página no Facebook. Se valer do sofrimento de alguém para ganhar uns trocados do adsense.

Falando em sofrimento, dia 27 de janeiro foi um dia negro na história do Brasil. Uma casa noturna em Santa Maria – RS pegou fogo matando 231 pessoas.

Isso causou comoção internacional, mas também abriu uma brecha para pessoas ganharem atenção virtual.

Uma página veiculou a seguinte imagem com o seguinte texto:

FogoStaMaria

Cartaz da Banda “Gurizada Fandangueira” que estava tocando na noite da tragédia em Santa Maria, e o cidadão que soltou o sinalizador é esse que aparece ao lado do cartaz, se você tiver um pouquinho de sensibilidade espiritual, olhe ao redor da caveira tocando, cheio de pessoas em meio ao fogo, isso já estava mais que avisado que alguma coisa iria acontecer. Meu Deus…

Fácil né?

Dizer que esse era o cartaz da banda, que esse era o cara que iniciou o incêndio, que isso, que aquilo… Sem provas, sem fonte, sem nomes, sem motivo.

Criam um boato desses sem se importar com a dor de mais de 231 famílias.

Esse seria o momento de fazermos orações pelas famílias que estão de luto, pelas mães que enterraram filhos, por aqueles que perderam parte de si quando perderam seus amigos para o incêndio.

Mas não. É mais fácil criar suposições, criticar religiosamente as pessoas que não podem se defender.

Pior que isso, só aqueles que postam imagens dos jovens mortos, queimados, empilhados na boate, como se a dor das pessoas não fosse suficiente e fosse necessário que as imagens de seus entes mortos circulem pelas redes sociais.

Enfim, àqueles que perderam amigos, parentes ou filhos no incidente de Santa Maria, minhas sinceras condolências e meus sentimentos de mais terna solidariedade. E a quem costuma compartilhar imagens de crianças deformadas, fetos abortados, acidentes, etc, meu pedido é: Pare com isso.

Pare, porque eu sinto nojo.

Não nojo das imagens, das pessoas que, por algum motivo nasceram com um problema físico oui de alguém que morreu em um acidente trágico. Nojo de pessoas que descem a um nível tão baixo a ponto de usarem a dor alheia para ganhar atenção.

Ano novo… vida nova?

Publicado: 30 de dezembro de 2012 em Texto
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To de volta! Grande coisa

Último dia de 2012, final de ano e todo mundo se enchendo de resoluções de ano novo e tal, mas aí eu fico tentando entender…

Será que precisa mesmo esperar o ano virar pra mudarmos as atitudes que julgamos erradas?

Será que tem alguma mágica na meia noite do dia 31 de dezembro?

Sei lá meu…

É claro que é bonito dizer ‘ano novo, vida nova’, mas melhor ainda é dizer ‘Dia novo vida nova’.

É, porque eu não acho que algo vá mudar só porque o ano está mudando.

“Nossa, o cara tá desfazendo a mística de réveillon”

É que é o seguinte, esse ano eu tomei consciência de que procrastinar as nossas resoluções pode ser um erro muito grande porque, afinal, ninguém sabe ao certo quanto tempo ainda tem para viver.

Em novembro eu sofri um acidente onde o carro que eu dirigia deu perda total. Graças a Deus, saí ileso, mas deu pra eu pensar em algumas coisas, tipo “se eu tivesse morrido, será que eu ter ia feito ou dito tudo o que eu teria de fazer ou dizer? Será que eu levaria procrastinações comigo?”

Agora eu pergunto a você que está lendo esse texto: Se hoje for seu último dia, será que você vai levar consigo palavras que deveriam ter sido ditas ou atitudes que deveriam ter sido tomadas?

Nesse novo ano que se inicia eu desejo a todos os meus amigos muita paz, saúde felicidade, enfim, tudo o que há de bom a se desejar a alguém, mas eu também tomo a liberdade de deixar aqui um conselho a todos: Não espere o amanhã para começar a mudar aquilo que você sabe que precisa ser mudado em sua vida. Não trate suas resoluções como você trata ‘aquela’ dieta que você vai deixar pra começar amanhã. 2013 é um pacote com 365 oportunidades que Deus te dá de presente, use-as da melhor forma possível.

Abraçe

Beije

Divirta-se

Pratique esportes

Peça aquelas desculpas

Aceite aquelas desculpas

Diga aquele ‘eu te amo’ que está engasgado faz tempo

Mas faça isso hoje, porque ontem já foi, não volta e amanhã…

Amanhã pode ser tarde demais.

Feliz 2013 a todos.

YES! YES! YES!…

Publicado: 23 de julho de 2012 em Texto
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Hoje à noite vai ao ar o milésimo episódio do programa Monday Night RAW, da WWE, o programa televisivo semanal mais longevo da TV americana, indo ao ar ininterruptamente todas as segundas-feiras desde 1993. Vai ser LOKO! Rock, Brock, DX, Undertaker, Steve Austin…

“Hã?”

“Monday Night o quê?”

Pois é, é bem difícil ser fã de wrestling no Brasil.

Pra quem não sabe, wrestling é o que o brasileiro chama de luta-livre.

Isso mesmo, a luta coreografada, combinada, isso, isso.

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Eu digo que é difícil porque o esporte no Brasil é tido como uma palhaçada, uma marmelada, quando na verdade, é um esporte de alto nível como qualquer outro. Na verdade, é uma fusão de Esporte e Espetáculo. Um ESPORTÁCULO. Neologismos FTW!

Eu acho engraçado: Quando eu digo que assisto aos programas de wrestling as pessoas dizem

“Pfff… que graça tem ver uma luta combinada?”

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Really? Really? Really? Really? – Leia na voz do The Miz

 Acontece que essas mesmas pessoas se desesperam por um personagem aleatório de uma novela aleatória reprisada num canal aleatório. Parecem não saber que a novela também é combinada. Os filmes aos quais eles assistem também são combinados.

“Ah, mas eu não acho que seja tão difícil assim lutar, e…”

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IT DOESN’T MATTER WHAT YOU THINK! – Leia na voz do The Rock.

Eu não fiquei sabendo de atores de novelas que tiveram de se aposentar por sofrerem lesões no exercício da função, mas wrestlers excepcionais, como o Edge, tiveram de encerrar suas carreiras muito cedo devido a fraturas, lesões e outras complicações.

Como ele mesmo disse em seu discurso de aposentadoria :

“Muitas pessoas pensam que WWE não machuca. Pensam que o que nós fazemos aqui é um jogo de fumaça e espelhos, e eu gostaria que isso fosse verdade. Mas qualquer um que já pisou nesse ringue sabe que esse não é o caso (…) Oito anos atrás eu quebrei meu pescoço (…) ultimamente eu venho sentindo muita dor, venho perdendo a sensibilidade dos meus braços e (…) eu tenho de me aposentar.”

O fato é: Wrestling é bem real. Não é porque não sangra que os lutadores não se machucam. Wrestling é um esporte de entretenimento, não uma palhaçada. Ninguém espera que nós acreditemos que tudo aquilo é uma briga de verdade. Nós, fãs de wrestlers apenas esperamos o respeito de vocês que nunca acompanharam uma storyline, nunca tomaram partido numa feud, nunca sentiram raiva quando o Heel que você mais odeia ganhou o título do seu Face favorito, nunca esperaram pelo Push da empresa naquele Midcarder que você acha que merece virar Main Eventer. (C’mon, Vince, Push on Tyson Kidd!)

No final de tudo, ‘The bottom line is: Se você não curte wrestling, ao menos respeite-o como esporte. Why? ‘Cause Stone Cold Said so!’

Ou então, espere sua novela chegar ao milésimo episódio pra falar mal da minha luta.

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